DOCG, DOC, IGT, Vino da Tavola: para aqueles que não são especialistas é realmente fácil se perder em relação a essas siglas, e as especificações da produção dos vinhos italianos.
Quais são os parâmetros na aquisição de um bom vinho? O que o preço tem a ver com a qualidade?
Essas são algumas das perguntas que nos fazemos quando nos deparamos com um rótulo de vinho italiano, lemos aquelas siglas, e automaticamente fazemos alguma correspondência com o preço. A grande verdade é que em alguns casos existem vinhos que não possuem as certificações mais ilustres, são vinhos de grande qualidade e podem até mesmo ter um preço superior aos vinhos com uma certificação de mais alto nível.
Para conhecer mais sobre o assunto vamos começar falando sobre essa “medição de qualidade”, que no caso dos vinhos italianos, existe uma hierarquia que pode ser resumida em uma pirâmide dividida em quatro níveis.
Vini da Tavola
No primeiro nível encontramos os “Vini da Tavola” (vinhos de mesa). São vinhos genéricos, que geralmente têm apenas uma referência à sua cor (branco, tinto, rosé), além do nome e do logotipo do engarrafador. Um vinho de corte simples, que pode ser o resultado de uma mistura de uvas, ou vinhos de diferentes áreas geográficas, de diferentes variedades ou de mais de uma safra. Não existem informações específicas sobre o vinho.
IGT
No segundo nível temos os vinhos IGT que se posicionam entre os “Vini da Tavola” e os de denominação de origem (DOC e DOCG), sua regulamentação é menos rígida que estes últimos. Os elementos que o caracterizam são principalmente uma indicação da área geográfica que pertencem (por exemplo, Toscana), a categoria da uva utilizada (por exemplo, Sangiovese) e a safra (ano da colheita da uva).
Nesta categoria também é possível encontrar vinhos de altos preços e excelente qualidade, como por exemplo, alguns dos famosos “Super Tuscan”, que não possuem as características que se enquadrem dentro dos limites disciplinares de um vinho DOC.
DOC
O terceiro nível da pirâmide é ocupado pela categoria mais nobre, ou seja, o DOC, Denominação de Origem Controlada. Esta descrição sempre aparece no rótulo. Estes vinhos são produzidos em uma área determinada, e as suas características enológicas, químicas e organolépticas são fixados a “priori” nos regulamentos de produção, que são chamados de ” Disciplinari di produzione”. A regulamentação prevê além da tipologia de produção do vinho (Colheita Tardia ou Tinto Reserva), as quantidades de uvas que podem ser cultivadas por hectare, as variedades que podem ser usadas, a transformação das uvas em vinho, o tipo e a duração do seu envelhecimento. Na prática todo o ciclo de produção, desde a colheita até o engarrafamento é tudo controlado.
Antes de serem colocados no mercado, estes vinhos são submetidos a análises químicas e organolépticas por comissões especiais de degustação estabelecidas por um órgão responsável, que tem o objetivo de garantir que o vinho satisfaz aos requisitos especificados na sua regulamentação.
Nos vinhos DOC, ao contrário de vinhos IGT, pode-se encontrar a indicação de uma sub-região (exemplo: Valtelina Superiore Sassella), bem como a numeração do lote da garrafa. Há também uma série de detalhes especiais reservados nesta categoria, tais como “Riserva” para os vinhos de grande qualidade cujo processo de envelhecimento é superior a sua versão normal, ou “Superiore” para os vinhos que têm um teor alcoólico superior que a sua versão normal.
DOCG
No topo da pirâmide, por fim, temos os vinhos de Denominação de Origem Controlada e Garantida, os DOCG. A lei define a capacidade máxima das garrafas que devem ser vendidas, e que não podem ser superior a 5 litros, ou seja, um vinho DOCG pode ser engarrafado desde garrafas com 375ml até no máximo 5 litros. Garrafas com capacidade superior a 5 litros não podem ser utilizadas para engarrafar um vinho DOCG. Cada garrafa deve ser identificada com um selo que é fornecido pelo Estado. A sigla DOCG é reservada para os vinhos de valor especial, isto é, para aqueles que tiveram a certificação DOC por pelo menos cinco anos e, além disso, passaram por dois exames de base, em análises químicas e organolépticas e foram aprovados.
Conforme vamos subindo em direção ao topo da pirâmide, naturalmente as regras de produção são sempre mais restritivas e os requisitos mais rigorosos. As duas primeiras categorias de vinhos analisados, os ”Vini da Tavola” e os vinhos IGT, na legislação da Comunidade Européia são classificados como “Vini da Tavola”, enquanto que os DOC e DOCG foram classificados em um único grupo, o VQPRD (Vinhos de Qualidade Produzidos em uma Região Determinada) também chamados de DOP.
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Assista também nosso vídeo:
Tenho acompanhado, sempre que posso, os artigos e vídeos do SaporeDivino. Devo dizer que contribui bastante e agrega conhecimento ao meu objetivo que é adquirir conhecimento sobre o mundo do vinho. Dá mais segurança quando vou comprar e mesmo armazenar, bem com escolher as taças. Realmente adquire-se CULTURA com todas essas informações passadas por vocês.
PARABÉNS.
ANTONIO LIMA, São Paulo / SP.
Olá Antonio,
Excelente esse seu comentário.
Só nos incentiva a continuar compartilhando cada vez mais nosso conhecimento.
Já sabe, se tiver alguma dúvida é só entrar em contato que temos o maior prazer em responder. 🙂
Um grande abraço,
Iaponira & Massimiliano
Bom dia Iaponira e Massimiliano,
Gosto bastante do blog de vocês. Como se trata de um país que adoro, tudo me interessa. Estive ano passado ai e utilizei diversas dicas citadas por vocês na viagem que foi um sonho!!! Gosto das matérias educacionais, os vídeos são uma forma de conhecer cada vez mais a Itália.
Tammy Bertone
Ribeirão Preto -SP
Ola Tammy,
Muito obrigado pelo seu comentário.
Se precisar de mais dicas quando vier por aqui, é só entrar em contato.
Grande abraço,
Iaponira & Massimiliano
As denominações DOC E DOCG são utilizadas apenas para vinhos italianos?
Oi Francisco,
Essas denominações são exclusivas da Itália.
A Comunidade Europeia tem também uma classificaçao para tentar equalizar entre os paises da Comunidade.
DOP (no caso dos vinhos italianos inclui DOC e DOCG) e IGP (vinhos de mesa e IGT). Aqui na Italia os produtores nao gostam muito de usar porque acaba misturando a classificação.
Grande abraço,
Iaponira & Massimiliano
Achei muito interessante e valioso todo anunciado e também vídeo. Espero receber mais
Oi Manoel,
Espero que voce tenha feito a inscrição na nossa lista VIP.
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Grande abraço,
Iaponira & Massimiliano
Gosto muito do vinho que não seja muito encorpado, mais para o lado suave, sem no entanto se muito dolce
Quais algumas indicações,
Luz Carlos goncalves
Oi Luiz Carlos,
Sempre digo que o vinho é a bebida mais democrática que eu conheço, tem gosto para tudo e para todos.
No seu caso, como você gosta de vinhos mais suaves você pode procurar por vinhos italianos que tenham na descrição “vino amabile” ou então os que são descritos como “demi-sec”. Sao vinhos levemente adocicados.
Grande abraço,
Iaponira Diniz
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