Os vinhos são classificados entre si devido ao sistema de vinificação e suas as propriedades organolépticas: cor, aroma, sabor e retrogosto, álcool, acidez, quanto a ser sápido, sensação adstringente, etc. Cada tipo de vinho deve ser servido a uma determinada temperatura, e harmonizado com tipos de pratos específicos.
Produzir um bom vinho é um ofício, criar um grande vinho é uma arte. Os grandes enólogos são considerados verdadeiros artistas, alguns entram para a história como aconteceu com Dom Perignon, o monge que inventou Champagne. Os grandes enólogos permitem que o vinho se expresse e brilhe por conta própria, e nunca deixam de surpreender os amantes do vinho.
Então agora vamos conhecer os tipos de vinhos! 🙂
Vinho Branco
O vinho branco possui uma cor amarelada variando em diversos tons, do amarelo pálido ao âmbar, é caracterizado por aromas frutados e florais, e deve ser consumido a uma temperatura de entre 8° e 14°. Quanto ao gosto prevalecem as sensações de frescor e acidez. O vinho branco se harmoniza melhor com pratos de peixes, moluscos, crustáceos, vegetais e carne branca, em alguns casos com pratos que possuam molhos não muito fortes e complexos.
São quase sempre produzidos com uvas brancas e constituem cerca de metade da produção mundial de vinho. Geralmente se bebe quando ainda são jovens e o paladar é fresco e frutado, muitas das vezes são mais ácidos que os vinhos tintos e possuem um teor alcoólico mais baixo.
Alguns dos melhores vinhos brancos como Chardonnay e os vinhos brancos de Borgonha, visam mais a maturidade e são mais encorpados do que frescos e ácidos. Seu teor alcoólico pode chegar a 14% e entre os melhores pode se encontrar vinhos que envelhecem por 25 anos ou mais.
Alguns exemplos de vinhos brancos italianos para se harmonizar com peixes: Verdicchio Marchigiano, Bianco di Custoza, Vermentino (da Liguria ou da Sardenha), Orvieto, Greco di Tufo, Il Sauvignon di Collio, Bianco D’Alcamo. Para um bom “aperitivo” (petiscos e entradas) a dica é o Riesling Renano e Gevurztraminer Alto Adige.
Vinho Rose
Os vinhos rosé podem ser feitos de duas formas: fazendo uma mistura de vinhos tintos e brancos, técnica conhecida como “blending” (utilizada muito na França para o preparo de Champagne rosè), ou deixando a casca em contato com o mosto somente por algumas horas (essa técnica é a única utilizada na Itália na produção do vinho rosé).
Desta forma a quantidade de pigmentos, substâncias contidas na casca responsáveis pela coloração do mosto, é consideravelmente reduzida. Dependendo da quantidade de horas que o mosto fica em contato com a casca é que se tem a tonalidade rosada, quanto mais tempo, mais escuro fica o vinho.
O rosé é um vinho muito delicado e destinado a ser consumido dentro de um ano da sua produção, possui vários tons de rosa e é caracterizado por uma grande variedade de aromas frutados, ideal ser servido a uma temperatura entre 10° e 14°. No seu gosto prevalece sensações de leve acidez, aromático e pouco encorpado. Harmoniza-se perfeitamente com pratos saborosos à base de peixe, massas com molhos delicados e também com frios como queijos, presuntos, salames, mas que não sejam muito condimentados.
Alguns exemplos de vinhos rose italianos: Bardolino Chiaretto, Salento IGT, Rosato di Bolgheri e Lagrein Rosato Alto Adige.
Vinho Tinto
Os vinhos tintos possuem tonalidades que variam do rubi, que pode ser mais translúcido ou opaco, até o grená mais escuro, caracteriza-se por uma grande variedade de aromas (flores, frutos, ervas e especiarias) e uma sensação de suavidade, corpo e taninos. Deve ser consumido a uma temperatura de entre 14° e 20° e se harmoniza perfeitamente com carnes vermelhas e queijos.
São obtidos a partir de uvas escuras e de uma pequena parte de uvas brancas. O mosto (suco) das uvas é deixado para fermentar por um período que varia de alguns dias (4-5 dias, você começa a beber vinho jovens), a várias semanas (3-4 semanas, o produto é mais concentrado e colorido) e o tanino liberado promove bom envelhecimento.
A fermentação vêm refrigerada para evitar que os aromas do vinho se alterem com o aumento da temperatura. Em seguida, são filtrados e colocados em recipientes de madeira ou aço, para que aconteça a segunda fermentação (fermentação malolática). Utilizando tonéis ou barris de carvalho, se dá ao vinho um sabor e aroma especial.
Exemplos de vinhos tintos italianos: Barolo ou Barbaresco, Dolcetto, Valpolicella, Nobile di Montepulciano, Chianti, Brunello di Montalcino, Rosso de Montefalco, o Nero D’Avola, Primitivo, Taurasi , Aglianico di Vulture.
Vinho Espumante
Obviamente a definição de espumante é genérica e podemos conhecer realmente um mundo de “bolhinhas” (borbulhas). Os espumantes são tantos e muito diferente entre si, podemos incluir o Champagne (francês), o Prosecco (italiano), a Cavas (espanhol) e tantos outros produzidos não só por esses países, sem falar das classificações Brut, Extra Brut, Dry, Extra Dry, Pas Dosè, Demi Sec, Sec e assim vai… (se quiser conhecer os “graus de doçura” dos espumantes, clique aqui! )
Uma das grandes diferenças que podemos encontrar nos espumantes é a técnica utilizada na sua produção. São dois os métodos para produzir os espumantes: o método clássico (conhecido também como tradicional ou “Champenois”) e o método Charmat. O primeiro método prevê a segunda fermentação do vinho na própria garrafa, e existe todo um processo muito trabalhoso até que o espumante esteja pronto para ser comercializado, enquanto que no método Charmat a fermentação ocorre em tanques de aço, é devido a essa diferença que os espumantes feitos com o método Charmat possuem um preço muito mais acessível. Para saber mais detalhes sobre os espumantes clique aqui!
Os espumantes devem ser servidos geralmente em torno a 7°- 8°, o ideal é que a garrafa seja levada a geladeira algumas horas antes de ser servida, pois se tiver um tempo de permanência prolongado à baixa temperatura acaba comprometendo seus perfumes e seus aromas. A solução ideal para resfriar um espumante seria utilizar um balde de gelo, mas no nosso país não acredito que possamos utilizar essa alternativa, pois com o nosso clima tropical não conseguiremos resfriar somente com um balde de gelo. 🙂
Exemplos de vinhos espumantes italianos: método Clássico (Franciacorta Brut Enrico Gatti, Ferrari Demi-Sec, Berlucchi Cuvée Imperiale) – método Charmat (Conegliano Valdobbiadene Prosecco, Spumante Brut Angelo Lambertini, Fiano Spumante Demi-Sec).
Vinho Doce
Existem vinhos doces das mais diversas categorias: naturais, de colheita tardia, mofados, passiti (específico da Itália), aromatizados e dentro dessas categorias, muitas das vezes aparecem outras sub-categorias, que ampliam ainda mais o panorama dos vinhos doces. A característica principal comum a todos os tipos é que possuem uma alta concentração de açúcar.
Como são muitos os tipos de vinhos doces escolhi falar neste post sobre os vinhos licorosos e o “passiti” que é um vinho doce muito apreciado aqui na Itália.
Licorosos
São aqueles produzidos utilizando um vinho de base, cujo teor de alcoólico deve igual ou superior a 12%, permite se adicionar a “mistela” (mosto simples não fermentado com adição de álcool etílico vínico potável), aguardente ou mosto concentrado, a fim de aumentar o teor do álcool.
Seu teor alcoólico total, normalmente já é alto, mas nunca deve ser mais do que o dobro do vinho base, compreendido entre 12% e 22%.
Entre os mais conhecidos e vinhos licorosos podemos citar:
Vinho do Porto, concebido por adição ao mosto de conhaque;
Vinho Marsala, concebido por adição de álcool ao vinho;
Vinho Madeira, concebido pela adição de álcool obtido da cana-de-açúcar;
Sherry, um vinho semelhante ao Marsala, mas que não deve ser confundido com Cherry Brandy, um licor doce de cereja.
“Passiti”
São vinhos naturalmente doces, e ao mesmo tempo, com alto teor alcoólico, obtido a partir de uvas saudáveis que foram submetidas a secagem (procedimento na produção de uvas passas).
A secagem pode ser feita de diferentes formas: na própria planta (colheita tardia), após a colheita deixando secar ao sol, ou em salas especiais que através de um processo proporciona uma secagem artificial.
Esta secagem pode durar de dois a quatro meses, e durante esse processo as uvas atingem uma percentagem do açúcar de cerca de 30-40%. O mosto é colocado em barris ou tanques para fermentar. A maturação e envelhecimento dura de três a cinco anos. São vinhos muito particulares e a tecnologia de vinificação pode variar muito dependendo da área e do fabricante. O custo destes vinhos é bastante elevado devido ao processo complexo que lhes são aplicados.
Exemplos de vinhos “passiti”: Moscato di Pantelleria Muegen, Estasi Passito Liberty, Sagrantino di Montefalco Passito.
Bibliografia: http://www.tibursuperbum.it/ http://www.vinievino.com/ Livro - Passione Vino - Ed.Giunti
Bom dia, gosto muito das publicações e dos vídeos, sempre tive vontade de aprender mais sobre que tipo de vinho servir nas ocasiões.
Me sinto já um pouco mais segura depois de ver as explicações de vocês.
Obrigada, quero aprender mais!
Ana Izaura – Campinas – SP
Oi Ana Izaura,
Ficamos imensamente feliz por você se sentir mais segura depois das nossas explicações.
Se tiver qualquer dúvida, basta nos enviar um e-mail. contato@saporedivino.com.br
Grande abraço,
Iaponira & Massimiliano